Na indústria criativa, um dos aspectos essenciais é a compreensão de como uma vasta gama de referências contribui para a criatividade. Normalmente, o chamado “ser criativo” é aquela pessoa capaz de conectar pontos de interesse entre diferentes referências, gerando ideias e situações novas, que anteriormente não haviam sido exploradas.
Evolução digital do processo criativo
Historicamente, essa busca por referências sempre demandou um investimento significativo de tempo. Antes da era digital, os criativos tinham que se expor a uma variedade de fontes, consumindo diferentes materiais, como livros, filmes, experiências pessoais etc para construir seu repertório de referências.
Até que criaram o Pinterest, uma ferramenta que facilitou significativamente a criação de moodboards e a busca por referências, agilizando muito esse processo de busca e conexão de diferentes referências.
No entanto, uma limitação do Pinterest é sua tendência a sugerir referências semelhantes às que o usuário já possui, o que pode dificultar a descoberta de novas perspectivas significativas. Antigamente, para alcançar um alto nível de criatividade, os profissionais precisavam acumular anos de experiência e um vasto portfólio de referências. O surgimento da internet e das redes sociais tornou mais fácil para as pessoas acessarem uma variedade de referências.
Inteligência artificial
Neste contexto, a inteligência artificial representa uma revolução ainda maior. Alguns estúdios de jogos, por exemplo, já utilizam sistemas como o Mid Journey para gerar artes de reverencia e a partir de dezenas de artes geradas com influencia de todas as partes do mundo eles criam personagens próprios para o jogo. Isso não apenas agiliza o processo criativo, mas também acelera a construção do repertório de referências de um profissional iniciante.
Além de simplificar tarefas monótonas, como edição de vídeo e criação de texto, a inteligência artificial também desempenha papel crucial na construção do repertório de referências de novos profissionais de forma muito mais rápida. Isso significa que os profissionais criativos podem alcançar um nível sênior em um tempo muito mais curto em comparação com décadas passadas.
No entanto, mesmo com todos esses avanços, permanece uma questão: qual será o diferencial entre um profissional júnior e um profissional sênior? Para mim, serão as chamadas soft skills, ou habilidades interpessoais, como capacidade de relacionamento e colaboração, que irão se tornar cada vez mais importantes nesse cenário.
Conclusão
Essas habilidades não podem ser substituídas pela inteligência artificial, pois dependem do desenvolvimento da maturidade pessoal, adquirida apenas por meio de experiências práticas. O elemento humano continuará a desempenhar um papel crucial na indústria criativa, mesmo em meio ao avanço da tecnologia.
Resumindo, o verdadeiro diferencial entre profissionais juniores e seniores provavelmente será a capacidade de se relacionar e colaborar de forma eficaz em um ambiente criativo.
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