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Construindo Sistemas para Superar o Burnout e Alcançar o Sucesso

De acordo com Sam Altaman, CEO da OpenAI, criador do ChatGPT, o Burnout não vem de trabalhar muito, mas de se dedicar intensamente a algo e não obter resultados. Ele afirma que as pessoas conseguem trabalhar bastante quando estão em um bom flow e as coisas tendem a funcionar bem. O problema surge quando, mesmo com muito esforço, os resultados continuam frustrantes.

Agora, se analisarmos o mercado de trabalho no Brasil, cerca de 30% dos trabalhadores atuam de forma autônoma, e outros 20% nem sequer são registrados, mas também podem ser considerados autônomos. Isso significa que aproximadamente 50% da força de trabalho é composta por autônomos, enquanto a outra metade está empregada em regime CLT.

Entre os trabalhadores CLT, 60% estão vinculados a micro e pequenas empresas, que faturam até R$ 4,8 milhões anuais e têm menos de 50 funcionários. Ou seja, a maioria das pessoas empregadas no Brasil trabalha para empreendedores.

O mais curioso é que isso acontece em um país que ocupa o 124º lugar entre 190 países no ranking de melhores lugares para empreender – uma posição muito baixa para uma das 10 maiores economias do mundo.

Empreender no Brasil é extremamente desafiador. O ambiente é hostil, e as coisas tendem a dar errado com frequência. Não é à toa que 30% da população brasileira enfrenta burnout. Afinal, trabalhamos muito, mas o sistema constantemente nos coloca em situações de falhas e frustrações.

Esse cenário se agrava porque muitas vezes as pessoas precisam tomar decisões apenas com base em questões financeiras, ignorando seus valores ou paixões. Aqui, muitas vezes, não vivemos – sobrevivemos.

Trabalhar com o que não gostamos também aumenta muito a incidência de burnout. E no Brasil, essa é a realidade de grande parte da população.

Eu mesma, como empreendedora, já enfrentei inúmeros “nãos”. Semana passada, perdi um contrato que estava desenvolvendo há quase dois anos, tudo por uma questão de preço. Foi desmotivador. Meu sócio e eu tivemos um final de semana horrível. Eu cheguei a dizer a ele que estava à beira de um burnout.

Mas foi aí que me lembrei de algo importante: a principal característica de um empreendedor é a resiliência. É continuar mesmo quando os “nãos” parecem não ter fim.

E precisamos considerar outro ponto: a geração Millennial, da qual faço parte, é a primeira que será, em média, mais pobre do que a anterior. Comprar uma casa ou garantir as coisas básicas está cada vez mais difícil.

Foi nesse contexto que me deparei com uma frase poderosa:

“Você não se eleva ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas.”

Mesmo diante de dificuldades como perder um contrato de dois anos, o que me permite levantar toda segunda-feira e seguir adiante é minha rotina e meus sistemas. Viver no presente e executar o que precisa ser feito, independentemente do resultado, é fundamental.

Por exemplo, falhei naquele contrato, mas na segunda-feira já enviei os e-mails necessários, peguei um ônibus para São Paulo e fui buscar novos negócios. Isso só é possível porque vivo no presente. O que passou, passou.

Uma das maiores lições que aprendi é que empreender é sobre aprender com as perdas e seguir em frente. Não adianta chorar pelo que foi perdido. Aplique o aprendizado e siga para a próxima oportunidade.

Essa mentalidade exige muito esforço. Porém, com bons hábitos e sistemas bem estruturados, isso se torna possível e até recorrente – e é isso que faz um negócio prosperar.

Para empreender com sucesso no Brasil, é essencial ter rotina, disciplina e resiliência. 

E agora eu te pergunto: quais são as suas rotinas? Como elas estão?

Precisamos nos preparar para falhar, falhar de novo e ainda assim evitar o burnout. E, se isso acontecer, faça como sugeriu o CEO da OpenAI: pare, tire um tempo para descansar e volte a tentar.

Eu mesma estou na minha quinta empresa e, se der tudo errado, fecharei, descansarei e tentarei de novo. Porque empreender é isso: persistir e construir um sistema que nos permita continuar.

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